OBJETIVO: Analisar a mortalidade feminina por agressão segundo indicadores sociodemográficos e de saúde. MÉTODOS: Estudo ecológico sobre a mortalidade feminina por agressão ocorrida no Brasil de 2003 a 2007. Os dados de 19.459 óbitos foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Os coeficientes padronizados de mortalidade feminina por agressão foram relacionados (teste de correlação de Pearson) com 28 indicadores socioeconômicos, demográficos e de saúde. Foi realizada regressão linear múltipla com variáveis que apresentaram p < 0,20 e excluídas as variáveis que apresentaram multicolinearidade. RESULTADOS: O coeficiente padronizado de mortalidade foi de 4,1 óbitos/100.000 mulheres no período. Após o ajuste, três variáveis permaneceram significativas e associadas à mortalidade feminina por agressão: taxa de natalidade (p = 0,072), percentual de evangélicos (p = 0,019) e coeficiente de mortalidade por agressão no sexo masculino (p < 0,001). O modelo possui uma capacidade de predição do desfecho de 69% (r² = 0,699). Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Roraima e Amapá apresentaram os maiores coeficientes no período. CONCLUSÕES: A mortalidade feminina por agressão no Brasil foi elevada e não homogênea entre as regiões. Entre as variáveis associadas ao evento, destaca-se a mortalidade masculina por agressão, indicando a importância da redução da violência estrutural como proteção das mulheres contra a violência.
OBJECTIVE: To assess female homicide rates due to aggression according to sociodemographic and health indicators. METHODS: Ecological study on female homicides due to aggression in Brazil between 2003 and 2007. Information on 19,459 deaths were obtained form the Brazilian Mortality Database. Standardized female homicide rates due to aggression were correlated with 28 socioeconomic, demographic and health indicators, using Pearson's correlation test. Multiple linear regression was performed including variables with p < 0.20 and excluding those with multicollinearity. RESULTS: The standardized female homicide rate due to aggression was 4.1/100,000 during the study period. After adjustment, three variables remained significantly associated with female homicides: birth rate (p = 0.072), percentage of Evangelicals (p = 0.019) and male homicides due to aggression (p < 0.001). The model had a predictive power of 69% (r2 = 0.699). The Brazilian states of Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Roraima e Amapá showed the highest rates during the study period. CONCLUSIONS: The female homicide rates due to aggression were high in Brazil and varied by region. The association with male homicides due to aggression stresses the importance of reducing structural violence to protect women against violence.
OBJETIVO: Analizar la mortalidad femenina por agresión según indicadores sociodemográficos y de salud. MÉTODOS: Estudio ecológico sobre la mortalidad femenina por agresión ocurrida en Brasil de 2003 a 2007. Los datos de 19.459 óbitos fueron obtenidos del Sistema de Informaciones sobre Mortalidad. Los coeficientes estandarizados de mortalidad femenina por agresión fueron relacionados (test de correlación de Pearson) con 28 indicadores socioeconómicos, demográficos y de salud. Se realizó regresión lineal múltiple con variables que presentaron p< 0,20 y se excluyeron las variables que presentaron multicolinealidad. RESULTADOS: El coeficiente estandarizado de mortalidad fue de 4,1 óbitos/100.000 mujeres en el período. Posterior al ajuste, tres variables permanecieron significativas y asociadas a la mortalidad femenina por agresión: tasa de natalidad (p=0,072), porcentaje de evangélicos (p=0,019) y coeficiente de mortalidad por agresión en el sexo masculino (p<0,001). El modelo posee una capacidad de predicción del resultado de 69% (r² = 0,699). Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondonia, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Roraima y Amapá presentaron los mayores coeficientes en el período. CONCLUSIONES: La mortalidad femenina por agresión en Brasil fue elevada y no homogénea entre las regiones. Entre las variables asociadas al evento, se destaca la mortalidad masculina por agresión, indicando la importancia de la reducción de la violencia estructural como protección a la violencia perpetrada contra las mujeres.